A série sobre a ascensão e queda do carismático e cruel Pablo Escóbar, o traficante mais conhecido da história mundial, e o crescimento do seu Cartel de Medellín e restante império do narcotráfico num negócio que, com todas as suas rotas e dinheiro que circulava chegou a gerar mais milhões por dia que a General Motors.
O emblemático colombiano é-nos retratado neste verdadeiro documento histórico como um homem inteligente para os negócios mas que, no entanto, vê toldada a sua visão por uma sede de chegar ao poder (político). Pablo Escobár é aqui interpretado por Wagner Moura (o Capião Nascimento de Tropa de Elite, irónico certo?) e apesar da fabulosa (reforço, fabulosa!) actuação o actor brasileiro não conseguiu ainda assim escapar a algumas críticas devido ao sotaque. Totalmente secundária essa questão, na minha opinião. Wagner Moura é um actor brilhante e a sua interpretação de Pablo Escóbar não foge a isso. Para um actor que se mudou meses antes para Medellín com vista a aperfeiçoar o sotaque, nada mau.
A dicotomia constante entre o "homem do povo" ("Não sou um homem rico, sou um pobre com dinheiro") e um homem para o qual estar ao nível do povo não chegava é interessantíssima de se acompanhar e levará a conflitos importantíssimos para o desenrolar da história.
A série conta ainda com Pedro Pascal, o actor chileno que interpretou o papel de príncipe Oberyn em Game of Thrones, lembram-se? Aquele que deixámos de ver (pun intended) do nada. Luis Guzman e Boyd Holbrook são ainda mais alguns dos bons e conhecidos actores que podemos ver ao longo desta série que terá, pelo menos, mais uma temporada (já confirmada).
A única crítica passível de ser feita sobre a história é talvez a falta de atenção dada aos antecedentes de cada um dos principais personagens, mas nem isso retira um pingo que seja de qualidade à melhor série que a Netflix tem, como projecto seu original, para nos mostrar neste momento e que é também, provavelmente, a melhor série do ano lado a lado com Mr. Robot.