quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Narcos




A série sobre a ascensão e queda do carismático e cruel Pablo Escóbar, o traficante mais conhecido da história mundial, e o crescimento do seu Cartel de Medellín e restante império do narcotráfico num negócio que, com todas as suas rotas e dinheiro que circulava chegou a gerar mais milhões por dia que a General Motors.

O emblemático colombiano é-nos retratado neste verdadeiro documento histórico como um homem inteligente para os negócios mas que, no entanto, vê toldada a sua visão por uma sede de chegar ao poder (político). Pablo Escobár é aqui interpretado por Wagner Moura (o Capião Nascimento de Tropa de Elite, irónico certo?) e apesar da fabulosa (reforço, fabulosa!) actuação o actor brasileiro não conseguiu ainda assim escapar a algumas críticas devido ao sotaque. Totalmente secundária essa questão, na minha opinião. Wagner Moura é um actor brilhante e a sua interpretação de Pablo Escóbar não foge a isso. Para um actor que se mudou meses antes para Medellín com vista a aperfeiçoar o sotaque, nada mau. 





A dicotomia constante entre o "homem do povo" ("Não sou um homem rico, sou um pobre com dinheiro") e um homem para o qual estar ao nível do povo não chegava é interessantíssima de se acompanhar e levará a conflitos importantíssimos para o desenrolar da história.

A série conta ainda com Pedro Pascal, o actor chileno que interpretou o papel de príncipe Oberyn em Game of Thrones, lembram-se? Aquele que deixámos de ver (pun intended) do nada. Luis Guzman e Boyd Holbrook são ainda mais alguns dos bons e conhecidos actores que podemos ver ao longo desta série que terá, pelo menos, mais uma temporada (já confirmada).



A única crítica passível de ser feita sobre a história é talvez a falta de atenção dada aos antecedentes de cada um dos principais personagens, mas nem isso retira um pingo que seja de qualidade à melhor série que a Netflix tem, como projecto seu original, para nos mostrar neste momento e que é também, provavelmente, a melhor série do ano lado a lado com Mr. Robot.

sábado, 5 de setembro de 2015

Motelx - Festival de Culto


Estamos praticamente em cima da data de mais um Motelx, um dos festivais de cinema mais interessantes a nível nacional, homenageando, ano após ano, o cinema de terror. Não marco presença desde a primeira edição e não me posso considerar aquele fã hardcore que sabe tudo sobre todos os filmes que anualmente passam no festival, mas não é por isso que tenho pouco para dizer ou muitos bons momentos lá passados.

Marquei presença em três edições, vendo cerca de 20 filmes 2012, 2 em 2013 e 3 em 2015. A constante é a qualidade, não querendo isto dizer aquilo que a maioria poderá pensar à partida. A qualidade dos filmes, na sua grande maioria, é baixa. Mas desenganem-se, não são os filmes maus no mau sentido, mas sim os maus num bom sentido, havendo uma forma muito particular de isso acontecer. Estes misturam-se com filmes realmente bons e outros maus, no mau sentido, que não se recomendam a ninguém, mas estas duas categorias são a minoria. Passando a exemplos.

De filmes realmente bons, salta-me à memória o American Mary em 2012 ou o The Conjuring em 2013, com especialmente ênfase para o primeiro, do qual pouco ou nada sabia. Filmes realmente maus… estranhamente, não me lembro exactamente do nome de nenhum, sendo talvez o The Tall Man em 2012 aquele que me surge agora. Agora em relação aos maus-bons? A lista é interminável. [REC]3 em 2012, aquela pequena genialidade de filme de terror/comédia disfuncional, o segundo VHS em 2013 ou o All Cheerleaders Die, cujo título deve dizer tudo à partida, em 2014. O que há para não gostar num filme que é tão mau que se torna um verdadeiro prazer presenciá-lo?


O Motelx é muito mais do que isto, é um festival onde pessoal com gostos específicos se junta, onde há oportunidade de passar tempo a jogar jogos de terror, a aprender com os melhores dentro da área ou a venerar os mestres do terror que todos os anos passam por lá. Tornou-se um bom hábito, todos os anos, escolher uma mão cheia de filmes dos quais não sabemos bem o que esperar e partir para uma noite recheada de terror ou de qualquer outra coisa…

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Mr. Robot



Finalmente chegou o último episódio (já viram a cena final? Brutal!) da melhor série do ano (que entrada forte da minha parte, mas é bem capaz de ser) e com ele algumas perguntas que ficaram por responder abrindo assim caminho a uma temporada que, esperamos nós, não baixe o nível (mesmo que baixe um pouco continuará a ser óptima).

O season finale foi adiado por uma semana com o consentimento dos produtores e estação de televisão por conter imagens semelhantes, ou que, pelo menos, continham características que faziam lembrar o terrível homicídio de dois jornalistas em directo numa emissão de um canal noticioso do Estado da Virgínia, nos EUA (recorde-se a título de curiosidade que só recentemente uma parte de um episódio de Friends se tornou viral por não ter ido para o ar aquando da altura do 11 de Setembro). Às vezes a ficção está lado a lado com a realidade, e isso, bem, também tem o lado positivo, demonstra que a série não é um mundo de fantasia. Coisas acontecem.

Já se devem ter apercebido mas só para confirmar estou obviamente a falar-vos de Mr. Robot. A série foi um fenómeno que cresceu do nada, a fsociety entrou pelos nossos computadores adentro qual Anonymous e trouxe-nos um Fight Club versão série, e que bem feita está. Das performances (sobretudo do actor principal, Rami Malek que é fantástico como hacker activista e ao papel surpreendente do mais conhecido Christian Slater) à história, à imagem, à banda sonora e ao estilo como a série nos é contada com alguns momentos de diálogo do personagem principal (Elliot) connosco, espectadores.

Vocês já sabem, não faço spoilers de séries, alguns amigos meus já se chatearam por eu ser um verdadeiro sacana no que a isso diz respeito, por isso faço só um spoiler óbvio: É uma série fantástica, caso contrário não me dava ao trabalho de falar nela.

Confirmada por mais uma temporada (aliás, aquando do seu lançamento a série teve logo a confirmação para duas) e com o seu produtor, Sam Esmail a dizer que tem material para "quatro ou cinco" de grande qualidade, espera-se apenas e só uma série de culto. Esperemos que não caia no erro de, como tantas outras, lá para a frente ser apenas um estrebuchar vazio que nos fará lembrar com saudade da qualidade que outrora teve, esperemos que saiba acabar quando está por cima. A série merece.

Um dia destes faço um post sobre outra melhor série do ano (gosto de classificar as coisas assim para perceberem que é mesmo bom), Narcos.