Vencedora do Oscar para melhor curta metragem animadas em 2009, esta obra de Kunio Kato com 12 minutos é uma viagem pela vida do nosso protagonista.
Sem diálogos ou falas de narrador este filme retrata-nos a vida de um idoso que tem na sua casa um alçapão por onde pesca. Certo dia o seu cachimbo de estimação cai por esse alçapão e ele é obrigado a percorrer as divisões inferiores que descobrimos virem sendo inundadas pelo aumento do nível da água. Mais do que um alerta sobre o degelo ou sobre o aquecimento global (não me parece que seja de todo um tema em que o autor tenha pensado), a água que inunda sistematicamente a casa do nosso protagonista e o obriga a construir sobre a mesma para poder lá ficar surge como metáfora para uma obrigação de seguir em frente.
Ao percorrer as anteriores divisões da casa o idoso, nesta autêntica viagem pelo passado ele vai-se lembrando de forma nostálgica de tudo o que já passou na mesma, desde os momentos com a sua mulher (que ele acompanhou e tratou até aos seus últimos dias de vida), ao momento em que foi pai ou quando se apaixonou pela futura mulher e que o levou a construir a sua habitação. Percebemos assim a ligação que tem sobre a sua casa, um albúm de memórias da sua vida e única ligação restante a tudo o que já teve. Solidão, nostalgia, ser-se idoso. Os verdadeiros temas desta curta-metragem.
Lindo.
10/10
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