sábado, 8 de agosto de 2015

Insidious 3





Um é bom, dois é ótimo, três já começa a ser demais e ao quarto já te vem as lágrimas aos olhos, já dizia o meu avô.

Eu podia estar a falar do número de parceiros sexuais que tu, comum leitor, vais ter durante estes dias de Meo Sudoeste, mas não, estou a falar do exagero de jump scares que o novo Insidious tem.

Desde já ficam avisados: É tão mau que nem parece da mesma saga (que, na minha opinião, para o género até tinha bastante qualidade). A história sabemos que se situa antes dos dois filmes anteriores e tem como objetivo mostrar-nos como a Elise, a médium heroína nos outros filmes da saga, formou equipa e vai em busca dos espíritos malignos que atormentam pessoas que não mereciam minimamente a carga de trabalhos onde estão metidas com estes malvados fantasminhas brincalhões.

Brincalhões porquê? Porque os fantasminhas gostam de pregar sustos. Os sustos não são nada inteligentes, não há qualquer suspense. O fantasminha brincalhão aparece-te de surpresa, como aquela DST chata que tu tens depois do Sudoeste, lembras-te como aconteceu? Nem nós tão pouco percebemos como apareceu o fantasminha brincalhão, foi do nada!

Qual é o problema dos jump scares? Perguntas tu enquanto lidas com essa DST chata. Bem, o problema é que serve para esconder uma clara falta de imaginação latente em toda a história do filme. Uma menina é atormentada, fala com a Elise, a Elise está reticente em ajudar *jump scare*, a menina sofre *jump scare*, Elise vai ajudar *jump scare*, o fantasminha é super forte *jump scare*, na realidade não é assim tão forte e a Elise descobre-se ser possuidora de cinturão negro em artes marciais e dicas cliché do tipo "come on, bitch!". Fantástico! Como se isto não chegasse o poderoso fantasma afinal era um asmático da pior espécie (daqueles que arfam muito e fazem barulho de gatinhos quando inspiram) e só era forte enquanto fazia a bomba.

Sentiram o meu total desinteresse em explicar a história em si? O raciocínio é simples, se quem esteve envolvido no processo  não teve qualquer cuidado ao desenvolver a história, porque haveríamos nós de ter? Como se não chegasse ainda conseguem ter momentos despropositados de tão sentimentais que são acompanhados de um piano desfasado de tudo! Se o piano em si não está fora de tom o mesmo não se pode dizer de todo o filme.

Sabem o que é pior? O realizador tem sido um dos guionistas de todos (ou pelo menos grande grande parte) dos trabalhos realizados pelo génio do terror James Wan (que faz uma aparição neste filme, bem ao estilo de Stan Lee). Só nos resta rezar que isto tenha sido uma vez sem exemplo e ambos voltem ao que fazem melhor. Cada macaco no seu galho.

O acting foi horrível, aliás, isto é um eufemismo. Acho que eles se esforçaram por ser ainda piores actores do que já são, só se safa a protagonista e a Elise, vá.

Como se tudo isto não fosse suficiente antes do final ainda assistimos a uma cena digna de sitcom dos anos 90 onde só falta uma daquelas bandas sonoras fantásticas a acompanhar o início da formação da equipa entre a Elise e dois bananas que têm um blog sobre aparições de fantasmas (são portanto uns bananas como nós do CeC, só que nós sabemos representar melhor e somos muito mais giros.


2,5/10 - 1,5 é pelas prestações da protagonista (Quin Brenner) e da Elise e o outro valor pelos nachos que comprei antes do filme começar. Peçam com molho picante! Não, não peçam o filme com molho picante. Apesar do molho ser ótimo nem isso salvava o filme de ser mau.

PS: Não foi o meu avô que me disse a frase no início deste texto. Sintam-se enganados como eu me senti ao ir ver isto. Pensem um bocadinho, seria só estranho o meu avô dizer-me algo remotamente parecido com aquilo...

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