Meus amigos, que saudades que eu já tinha de partilhar umas palavras convosco. Sei que já vão quase 3 meses desde o último "Metaleiro" e umas quantas semanas (ou meses) desde a minha última review. Não pensem que morri ou que desisti disto, tive foi a trabalhar... para o bronze está claro! Que piada a minha não é? Sou mesmo uma pessoa original... Sabem quem é que era uma pessoa original: Sir Christopher Lee! E é sobre ele que eu quero falar hoje. Já tinha prometido na minha review do Dracula e como sou um homem de palavra assim o vou fazer.
Muito já terá sido dito sobre a vida e trabalho deste fabuloso e maravilhoso homem e artista. Como não sou biografo, nem tenho intenções de o ser, quero focar-me no final da sua vida quando um dos melhores actores de culto que a história do cinema já viu descobriu aquela que seria a sua última paixão: o Heavy Metal.
Pois bem, se são leitores das minhas crónicas sabem que elas são dedicadas à minha paixão ardente - o Metal - para quem não é leitor assíduo, talvez pelo nome da crónica já tenha chegado lá. E como é que Sir Christopher Lee descobriu esta paixão? Foi em 2005 quando é convidado pela banda de power metal italiana "Rhapsody of Fire" para partilhar a sua voz com o vocalista Fabio Leone num single que serviria de apresentação para o novo álbum. Ora Sir Lord of the Metal (sinceramente acho que tenho que registar este nome, porque fui eu que inventei, muito bom não acham?) por esta altura mais que aclamado cantor de Ópera, conhecido pela sua voz grave e intensa, fez uma prestação fantástica e desta forma começou uma amizade com a banda que originaria outras contribuições em músicas futuras e mais pesadas, chegando mesmo também a trabalhar mais tarde com os lendários "Manowar".
Curioso pela teatralidade que a banda tinha e pelo som "jovem" e intenso que viria a descobrir, apaixonou-se pelo Heavy Metal e principalmente pelo lado mais Power e Sinfónico do mesmo, pois sendo ele fã de fantasia, de bandas sonoras épicas e de música clássica não esperaríamos outra coisa deste senhor. O que se calhar não esperaríamos é que tanto se apaixonou pelo Heavy Metal que em 2010 se juntou a Marie-Claire Clevet e Marco Sabiu para editar o seu primeiro álbum de Heavy Metal - Charlemagne: By the Sword and the Cross- um álbum que fala sobre o primeiro imperador Romano Charlemagne, que o próprio Lee afirma ser descendente e meus amigos este senhor tinha 88 anos na altura... Entretanto editou dois álbuns de natal chamados "A Heavy Metal Christmas" e "A Heavy Metal Christmas Too" que juntamente com o single "Jingle Hell" atingiu o 18º lugar nos charts e fê-lo o artista mais velho a entrar nestes com 91 anos e 6 meses!
Teve ainda tempo para editar um segundo álbum, em 2013 - Charlemagne: The Omens of Death - que foi uma continuação da história do primeiro CD, neste álbum Sir Lord of the Metal contou com os arranjos de Ritchie Faulkner da lendária banda de metal Judas Priest e a presença do artista Hedras Ramos. Em 2014, com 92 anos, conseguiu ainda editar um EP chamado "Metal Knight" tendo sido esse o último registo artístico que juntamente com o último filme de "Hobbit" tivemos deste fantástico artista. Neste período de tempo Sir Christopher Lee consegue ganhar, em 2010 o "Golden God" Award para a categoria de "Spirit of Metal" das mãos do próprio Toni Iommi de Black Sabbath onde afirmou-se, aos 89 anos, como um "jovem no início de uma carreira".
Eu não quero focar-me na qualidade da música ou fazer uma review aos álbuns deles. Para mim basta-me saber que uma pessoa com tanto talento, inteligência e que era um ídolo cinematográfico meu se tenha rendido perdidamente apaixonado pelo género de música que eu desde os meus 10 anos vivo e respiro diariamente. A verdade é que ele apresentou música de características épicas com toda a sua influência pela fantasia e paixão pelo medieval que nem os tr00 metaleiros elitístas poderão dizer mal e sabem porquê? Porque um senhor de 88 anos, reconhecido cantor de Ópera, actor de culto e condecorado pela rainha de Inglaterra viveu a sua última fase da vida promovendo e propagando a nossa religião - o Metal! E por isso estaremos-lhe eternamente gratos e eternamente inspirados pela juventude, criatividade, paixão e pelo sentido de humor que apresentou nesse processo.
Sinceramente eu poderia escrever tanto sobre isto e nenhumas palavras chegariam perto do talento e do que representa Sir Christopher Lee para mim e para muitas outras pessoas e foi tanto o que ficou por se dizer e completar sobre este assunto... Por isso não falarei mais e me despedirei com esta música, de um dos álbuns "Charlemagne". Sir Christopher Lee, obrigado por todos os filmes, música e pela inspiração! Tenho a certeza que nos encontraremos um dia e partilharemos uns belos headbangs juntos no nosso metal paradise.
Sem comentários:
Enviar um comentário