Apercebi-me hoje o quão estranho é o título deste filme. Primeiro, tem dois pontos a seguir a mission e depois, a parte onde realmente deveria ter dois pontos, aparece seguida de um traço rogue nation. É um facto fascinante que achei que merecia ser o destaque inicial. Seguindo em frente...
Sempre houve uma particularidade na acção destes filmes protagonizados por Tom Cruise, não a levam tão a sério nem prima pelo rigor factual. Porquê? Porque acabaria por ser um pouco aborrecido e não é por isso que as pessoas pagam para ir ao cinema. Não é que a acção não seja bem realizada e executada, mas não vale a pena pensar "mas como é que...?" porque não há uma resposta para isso. É uma questão de se deixar levar e, depois, o filme vai parecer muito melhor.
A saga da famosa missão impossível já teve os seus altos e baixos, aparecendo agora outra vez bem lá no alto. Não há dúvidas de que está em melhor forma do que alguma vez esteve, com dois filmes de elevada qualidade como foram Ghost Protocol e agora Rogue Nation. Há sempre um misto de acção e comédia, seriedade com situações absurdas que levam a um todo muito, muito apreciável. Existem alguns twists, personagens previsíveis e tudo mais, mas não é o que se espera. Estamos na época dos blockbusters e este é dos melhores que nos chegou este ano. É isso que se deve esperar, não um candidato a Oscar.
Sendo menos geral agora, o que distingue este Rogue Nation de tantos outros blockbuster. Não é, certamente, pelo Tom Cruise, que ainda assim continuo a achar que é dos melhores actores para este género, independentemente do hate que recebe desde sempre. É antes por conseguir fazer muitas coisas, de modo mais ou menos impressionante, sem perder credibilidade. Temos perseguições, tiroteios, cenas de pancada à séria, vilões grandes e maus, vilões pequenos e inteligentes e por aí em diante. É um conjugar de elementos separados que encontramos em vários filmes em cerca de duas horas de puro entretenimento. Ninguém quer, realmente saber, como é que o Ethan Hunt não morre em todas as situações em que, pela lógica da vida, deveria ter morrido. Quanto menos perguntarem, melhor o filme fica.
Não, não vou cometer o erro de chamar a este segmento de "rapidinhas". São apenas alguns dos filmes que, por uma razão ou outra não farei uma review tão longa quanto as habituais, daí este conceito mais minimalista, como de resto são os últimos dois filmes que aqui vos apresento.
It Follows
Tem tudo para se tornar num filme de culto nos próximos anos no que ao género de terror diz respeito. David Robert Mitchell é o realizador e escritor deste refrescante filme e, sendo que é apenas a segunda longa metragem deste jovem realizador, será interessante para ver que futuros trabalhos nos pode trazer.
Imaginem uma ambiance trazida por uma banda sonora ao estilo de Drive mas que nos faça ter a impressão de necessidade de olharmos pelo nosso ombro. É assim que se passa este filme. Interessante é ainda mais o que nos leva a que isto surja. Digamos que nos faz ponderar sobre o nosso futuro parceira/o sexual, ou seja, é exatamente o contrário de uma ida ao Urban onde se vai para não se ter de ponderar demasiado sobre isto.
Inteligente, provocante e (no mínimo) original. Redefine em si os típicos teenage horror movies,
8/10
Blue Ruin
Uma agradável surpresa. A premissa é simples: "vingança". Cru e impiedoso (fica melhor se disser ruthless, certo? Dá um ar mais mauzão à coisa.) prova que uma história de puro desejo de vingança pode ser uma ótima maneira de passar uma hora e meia sem ter tempo ou desejo de ir ao facebook ou ao instagram para veres o que andaram a publicar nos 20 minutos que dedicaste ao visionamento do filme como fazes já na maioria das vezes. I dare you, i double dare you, motherfucker!
Imaginem só alguém que debaixo da sua barba ginger vos parece a pessoa mais pacífica e menos perigosa à face da terra mas que na realidade se torna num assassino amador movido por um desejo de fazer mal a certas pessoas. É mais ou menos isto mas com mais sangue ainda do que possam imaginar.
7,5/10
The Rover
Já imaginaram o Robert Pattinson a ser actor? Eu depois do Bel-Ami também não julguei que ele viria a ser capaz mas no Cosmopolis fiquei quase desconfiado! Bem, foi aqui neste The Rover que ele me convenceu minimamente. Realizado pelo David Michod (conhecem? E se eu disser que é o realizador de Animal Kingdom? Ainda nada? Bem, se não viram Animal Kingdom a culpa é vossa, mas aqui estou eu para vos dar a dica) isto é um filme pós-apocalíptico que foge aos clichés dos zombies (fiquem descansados, não há cá Walking Deads nem Fear the Walking Deads ou whatever) e ainda nos traz Guy Pearce (aquele actor de Memento que é muito esquecido) no papel principal, mas -e aqui é que está a magia- este filme não seria nada sem o Robert Pattinson (aqui está algo que nunca me imaginei dizer), o irmão renegado dos ladrões do carro de Guy Pearce (não ele na realidade, mas ao personagem, vocês perceram) que motivarão uma perseguição por parte deste aos mesmos.
Tu que estás aí pronto para dizer o quanto ficaste desiludido com a nova temporada de True Detective e precisaste de criar gráficos para compreender as mil e uma (não as "Noites", de Miguel Gomes mas por falar nisso hoje à meia-noite metam na RTP2 que vai dar um documentário sobre o filme) relações e ligações entre nomes de personagens que nem sequer apareceram, é este o teu momento!
Mas o que é que falhou na nova temporada que apresentava a priori tudo para dar certo? Nic Pizzolatto mantinha-se como cérebro, a história parecia interessante, da banda sonora esperávamos algo pelo menos muito bom (o que se veio a comprovar) e o cast tinha à partida tanta ou maior qualidade quanto o anterior para nos poder surpreender. Quem disser que nomes como Colin Farrel, Rachel MacAdams ou Taylor Kitsch não tinham logo maior qualidade para os papéis a que estavam adstritos que o aleatório Harrelson ou o "alright alright alright" McConaughey vou ter a tendência de achar que está a mentir. Não parecia... até ao primeiro episódio, quando começou a confusão.
Demasiados personagens, demasiados factos, demasiados conflitos legais, conflitos burocráticos, conflitos de hierarquias, conflitos de interesse, demasiados negócios ao mesmo tempo (alguém contabilizou quantas coisas o Vince fazia?), Tanto conflito que era impossível não entrarmos nós em conflito com a série.
Recordaremos ainda assim com saudade a fotografia que, tal como na primeira temporada, continua fabulosa; a cena de tiroteio; as conversas na mesa do canto do bar ao som do tom algo melancólico de Lera Lynn; teremos também saudades da Rachel McAdams e saudades de ver o Vince Vaughn ser finalmente actor (ainda que com cenas demasiado filosóficas um pouco descabidas, mas aí a culpa não é dele).
Quanto ao final, esse deu-nos desfechos (não vou spoilar, acredito que os poucos que chegam a ler algumas das coisas que escrevemos ainda não o viram) mas ainda assim longe de nos contentarem, longe de nos fazerem esquecer do que falhou ao longo de toda a temporada e longe de nos fazer esquecer a busca pelo Yellow King na primeira. Mas já que falamos no final desta, que raio foi aquela cena do Vince Vaughn no deserto (eu sei que jurei não spoilar, mas é absurda!)?
Pizzolatto fez um autêntico puzzle de personagens, interessante, é certo, mas demasiado longo para ser um conceito de uma temporada de 8 episódios apenas, mesmo que todos tivessem uma hora e vinte de duração como o último. Demasiados nomes, demasiados factos numa história que nunca se chegou a perceber se queria apostar realmente no crime ou no interior acidentado de cada uma das suas personagens, Faltou sobretudo uma coisa: a harmonia negra entre as personagens e a história como resultou tão bem na primeira temporada talvez por nesta haver demasiadas situações a serem tratadas mas o erro foi de não tratar nenhuma.
Pelos personagens pairavam nuvens cinzentas originárias de acontecimentos do passado que nós calculávamos ter acontecido mas que não podemos ignorar não nos terem sido revelados tornando essas mesmas "nuvens" um pouco estranhas de aceitar, e havia personalidades com tanto potencial como a de Taylor Kitsch ou da Rachel... (sou obrigado a concordar com o Quentin Tarantino na sua entrevista ao New York Times mas só no referente à segunda temporada, a primeira é fantástica, ninguém me tira isso da cabeça). É caso para dizer que enquanto a primeira temporada puxava pelo raciocínio, a segunda puxa por uma qualquer desconhecida arte de adivinhação pelos factos que nos são omitidos das vidas dos protagonistas. Nós não devemos adivinhar o que os personagens passaram, estava aí o ponto forte de uma temporada que passou ao lado disso sem o querer na realidade. Não era suposto ficar tanto por explicar porque isto não se trata de um filme abstracto do David Lynch. Faltou mais Fukunaga, mas sobretudo faltou que Nic não se excedesse nas mensagens e informação a passar.
Lembram-se do Under the Skin? Se a resposta é sim, podem ser um de dois tipos de pessoas: 1) as que pensam que é fixe gostar de coisas alternativas, por mais absurdas, ridículas ou incompreensíveis que sejam ou 2) as que ainda estão traumatizadas por acharem que umas nudes da Scarlett Johansson valiam a pena qualquer esforço. Se nunca ouviram falar ou não viram, continuem assim, é um bom modo de vida. Mas aqui não se vai falar mais de Under the Skin, mas sim de Ex-Machina.
A comparação inicial tem a ver com o facto de achar algumas semelhanças nas ideias de ambos os filmes. A diferença é que Ex-Machina o consegue fazer bem e com sentido, por mais "alternativo" que consiga ser ainda assim. A ideia aqui é de a AI se poder superiorizar ao Homem e vemos isso através de três personagens centrais: Ava, o AI; Nathan, o criador; Caleb, a cobaia. A evolução das personagens, especialmente de Ava e Caleb é notória, criando relações cujas razões questionamos em vários pontos diferentes do filme. As relações são o que de melhor o filme tem para oferecer.
Dando um pouco mais de contexto, a acção decorre toda num centro tecnológico, para onde Caleb foi escolhido para ajudar Nathan no desenvolvimento de um projecto pessoal. Lentamente vamos avançando, acompanhando as personagens e, como Caleb, questionando a cada passo o que está a acontecer. Podemos suspeitar de vários twists desde bem cedo, mas o que funciona aqui é que tudo não passam de suposições. Idealizamos desenvolvimentos e sabemos que um deles será o verdadeiro, mas até realmente descobrirmos tudo é possível.
Não é um filme isento de críticas e acaba por ter alguns plot holes pelo meio que podiam, e deviam, ter tido outra atenção. No geral é uma ideia boa, não original ou brilhante, bem concretizada. A acção é lenta, mas decorre ao longo de uma semana, não dando a sensação de que se passaram meses, como acontece noutros filmes que falham em criar uma boa percepção de tempo. É recomendável e aparece como uma das boas sugestões de filmes para se ver em 2015.
Lembram-se daquele filme polémico acerca de uma entrevista ao supremo líder norte-coreano? Sempre em cima dos acontecimentos, cá estou eu para vos falar um pouco do mesmo, sensivelmente um ano depois de ter brotado toda a situação que entretanto já caiu no esquecimento.
A relação entre Seth Rogen e James Franco é daqueles bromances que dá um certo gozo ver e ambos têm um humor muito particular que levam para os filmes que ambos protagonizam. Foi assim em Pineapple Express, continuou em Your Highness e This is the End e mudou muito pouco neste The Interview. Isto para referir apenas aqueles casos mais relevantes e conhecidos. Nem é propriamente o humor mais funcional em muitos casos, passando muito ao lado de qualquer um mais do que um neurónio operacional, mas deixa aquele sorriso de quem pensa I see what you did there.
Dificilmente a ideia de Seth Rogen e Evan Goldberg era criar polémica, mas era inevitável quando se inclui o querido líder Kim Jong-Un a chorar enquanto canta a Fireworks da Katy Perry. O que há para não gostar? Há um cenário ridículo e exagerado daquilo que é a ideia generalizada da Coreia do Norte e muito aproveitamento de uma figura ridicularizada de um ditador que quer um bocado de atenção.
Se não voltar a escrever nada aqui é porque possivelmente o pequeno grande ditador arranjou modo de ler isto e mandou uns nukes para a Palhota. Ou então voltei a fartar-me de escrever, são as duas grandes possibilidades. Em todo o caso, ficaram aqui as minhas últimas palavras até ao próximo post, acerca deste moderadamente giro The Interview.
Meus amigos, que saudades que eu já tinha de partilhar umas palavras convosco. Sei que já vão quase 3 meses desde o último "Metaleiro" e umas quantas semanas (ou meses) desde a minha última review. Não pensem que morri ou que desisti disto, tive foi a trabalhar... para o bronze está claro! Que piada a minha não é? Sou mesmo uma pessoa original... Sabem quem é que era uma pessoa original: Sir Christopher Lee! E é sobre ele que eu quero falar hoje. Já tinha prometido na minha review do Dracula e como sou um homem de palavra assim o vou fazer.
Muito já terá sido dito sobre a vida e trabalho deste fabuloso e maravilhoso homem e artista. Como não sou biografo, nem tenho intenções de o ser, quero focar-me no final da sua vida quando um dos melhores actores de culto que a história do cinema já viu descobriu aquela que seria a sua última paixão: o Heavy Metal.
Pois bem, se são leitores das minhas crónicas sabem que elas são dedicadas à minha paixão ardente - o Metal - para quem não é leitor assíduo, talvez pelo nome da crónica já tenha chegado lá. E como é que Sir Christopher Lee descobriu esta paixão? Foi em 2005 quando é convidado pela banda de power metal italiana "Rhapsody of Fire" para partilhar a sua voz com o vocalista Fabio Leone num single que serviria de apresentação para o novo álbum. Ora Sir Lord of the Metal (sinceramente acho que tenho que registar este nome, porque fui eu que inventei, muito bom não acham?) por esta altura mais que aclamado cantor de Ópera, conhecido pela sua voz grave e intensa, fez uma prestação fantástica e desta forma começou uma amizade com a banda que originaria outras contribuições em músicas futuras e mais pesadas, chegando mesmo também a trabalhar mais tarde com os lendários "Manowar".
Curioso pela teatralidade que a banda tinha e pelo som "jovem" e intenso que viria a descobrir, apaixonou-se pelo Heavy Metal e principalmente pelo lado mais Power e Sinfónico do mesmo, pois sendo ele fã de fantasia, de bandas sonoras épicas e de música clássica não esperaríamos outra coisa deste senhor. O que se calhar não esperaríamos é que tanto se apaixonou pelo Heavy Metal que em 2010 se juntou a Marie-Claire Clevet e Marco Sabiu para editar o seu primeiro álbum de Heavy Metal - Charlemagne: By the Sword and the Cross- um álbum que fala sobre o primeiro imperador Romano Charlemagne, que o próprio Lee afirma ser descendente e meus amigos este senhor tinha 88 anos na altura... Entretanto editou dois álbuns de natal chamados "A Heavy Metal Christmas" e "A Heavy Metal Christmas Too" que juntamente com o single "Jingle Hell" atingiu o 18º lugar nos charts e fê-lo o artista mais velho a entrar nestes com 91 anos e 6 meses!
Teve ainda tempo para editar um segundo álbum, em 2013 - Charlemagne: The Omens of Death - que foi uma continuação da história do primeiro CD, neste álbum Sir Lord of the Metal contou com os arranjos de Ritchie Faulkner da lendária banda de metal Judas Priest e a presença do artista Hedras Ramos. Em 2014, com 92 anos, conseguiu ainda editar um EP chamado "Metal Knight" tendo sido esse o último registo artístico que juntamente com o último filme de "Hobbit" tivemos deste fantástico artista. Neste período de tempo Sir Christopher Lee consegue ganhar, em 2010 o "Golden God" Award para a categoria de "Spirit of Metal" das mãos do próprio Toni Iommi de Black Sabbath onde afirmou-se, aos 89 anos, como um "jovem no início de uma carreira".
Eu não quero focar-me na qualidade da música ou fazer uma review aos álbuns deles. Para mim basta-me saber que uma pessoa com tanto talento, inteligência e que era um ídolo cinematográfico meu se tenha rendido perdidamente apaixonado pelo género de música que eu desde os meus 10 anos vivo e respiro diariamente. A verdade é que ele apresentou música de características épicas com toda a sua influência pela fantasia e paixão pelo medieval que nem os tr00 metaleiros elitístas poderão dizer mal e sabem porquê? Porque um senhor de 88 anos, reconhecido cantor de Ópera, actor de culto e condecorado pela rainha de Inglaterra viveu a sua última fase da vida promovendo e propagando a nossa religião - o Metal! E por isso estaremos-lhe eternamente gratos e eternamente inspirados pela juventude, criatividade, paixão e pelo sentido de humor que apresentou nesse processo.
Sinceramente eu poderia escrever tanto sobre isto e nenhumas palavras chegariam perto do talento e do que representa Sir Christopher Lee para mim e para muitas outras pessoas e foi tanto o que ficou por se dizer e completar sobre este assunto... Por isso não falarei mais e me despedirei com esta música, de um dos álbuns "Charlemagne". Sir Christopher Lee, obrigado por todos os filmes, música e pela inspiração! Tenho a certeza que nos encontraremos um dia e partilharemos uns belos headbangs juntos no nosso metal paradise.
Spoiler alert: A qualidade do filme é aproximada ao tamanho do super-herói em questão (para os mais exigentes especifico que estou a falar do tamanho que ele fica quando se reduz ao de uma formiga)!
O formato, esse está gasto. Não há muito a fazer quanto à maneira como se torna este super-zé ninguém em super-alguém. É geralmente um misfit pelo que fez da vida (neste caso era um "hacker" que foi capturado e condenado a uns tempos de prisão) ou alguém com poucas aptidões físicas que por obra do acaso ou da ciência fica com a largura de costas da Ronda Rousey (gostam da minha habilidade para falar de filmes e de temas da atualidade ao mesmo tempo?) e a sua capacidade para dar conta de alguém em poucos segundos.
Neste caso a escolha para interpretar Scott Lang (o Homem Formiga) recaiu em Paul Rudd (é aquele ator secundário de comédias que vemos sem gostar ou aquele ator principal de comédias que não conhecemos porque ainda são piores do que aquelas que vemos sem gostar; já estão a ver quem é?) e o filme ainda decai mais de qualidade do que esta segunda temporada de True Detective em relação à primeira, isto se, claro, já estejam na parte em que finalmente conseguiram perceber tudo o que se passa e já têm a cabeça desocupada de tantas tramas e nomes a decorar.
Paul Rudd não pode ser levado como ladrão ou um "activista hacker" (por falar nisto, vejam Mr. Robot!), muito menos como super-herói inteligente. Raios, o Paul Rudd nem como ator pode ser levado a sério quanto mais... Mas, apesar disto tudo, aparece um Michael Douglas interpretando o Dr. Hank Pym, o cérebro por trás do fato do Homem Formiga que por obra do acaso não se percebendo bem nem como nem porquê escolhe justamente este Scott Lang como a pessoa indicada a deter o poder que este fato confere com o objetivo de derrubar Darren Cross (Corel Stoll, devem conhecê-lo de House of Carda), o antigo aprendiz do Dr. Hank e aquele que vai ficar desfeito no capítulo amoroso porque a Evangeline Lilly (de Lost) escolhe o Homem Formiga para fazerem formiguinhas.
O pior neste filme nem é esta premissa. É um pouco complicado de fugir destes pontos, e bem, os super-heróis surgem de pessoas inesperadas para as crianças (ou mesmo nós, não tão crianças já) acreditarem que nelas reside também um pouco de herói, que elas podem mudar o Mundo (e podem) MAS POR FAVOR (entrando em rage mode) NÃO O FAÇAM RECORRENDO A FRASES CLICHÉS DURANTE MAIS DE UMA HORA E MEIA!! Há mais formas de dar a volta a um filme de heróis sem que este tenha de dar vontade de fazer o jogo dos shots por cada cliché disparado de 2 em 2 segundos por todas as personagens. Ok? Ok.
Tem, ainda assim bons momentos de humor, mas, juntamente com a Evangeline e o Corey são dos poucos pontos positivos do filme (que por acaso usa bem o poder principal do super-herói tanto para a ação como para os momentos de humor bem conseguidos). Ainda assim nunca chegará perto da saga Thor, do estilo do Robert Downey Jr. ou do Capitão América.. Tal como o Paul nunca chegará perto de ser ator.
5,5/10
PS: Captaram as minhas referências a séries? São todas muito melhores escolhas de passatempo que ver este filme. Tirando Lost, os guionistas disso ainda fumavam mais que a Sara Norte e apenas escreviam cenas random.
Força Benfica (está quase a começar a Supertaça!)!
Um é bom, dois é ótimo, três já começa a ser demais e ao quarto já te vem as lágrimas aos olhos, já dizia o meu avô.
Eu podia estar a falar do número de parceiros sexuais que tu, comum leitor, vais ter durante estes dias de Meo Sudoeste, mas não, estou a falar do exagero de jump scares que o novo Insidious tem.
Desde já ficam avisados: É tão mau que nem parece da mesma saga (que, na minha opinião, para o género até tinha bastante qualidade). A história sabemos que se situa antes dos dois filmes anteriores e tem como objetivo mostrar-nos como a Elise, a médium heroína nos outros filmes da saga, formou equipa e vai em busca dos espíritos malignos que atormentam pessoas que não mereciam minimamente a carga de trabalhos onde estão metidas com estes malvados fantasminhas brincalhões.
Brincalhões porquê? Porque os fantasminhas gostam de pregar sustos. Os sustos não são nada inteligentes, não há qualquer suspense. O fantasminha brincalhão aparece-te de surpresa, como aquela DST chata que tu tens depois do Sudoeste, lembras-te como aconteceu? Nem nós tão pouco percebemos como apareceu o fantasminha brincalhão, foi do nada!
Qual é o problema dos jump scares? Perguntas tu enquanto lidas com essa DST chata. Bem, o problema é que serve para esconder uma clara falta de imaginação latente em toda a história do filme. Uma menina é atormentada, fala com a Elise, a Elise está reticente em ajudar *jump scare*, a menina sofre *jump scare*, Elise vai ajudar *jump scare*, o fantasminha é super forte *jump scare*, na realidade não é assim tão forte e a Elise descobre-se ser possuidora de cinturão negro em artes marciais e dicas cliché do tipo "come on, bitch!". Fantástico! Como se isto não chegasse o poderoso fantasma afinal era um asmático da pior espécie (daqueles que arfam muito e fazem barulho de gatinhos quando inspiram) e só era forte enquanto fazia a bomba.
Sentiram o meu total desinteresse em explicar a história em si? O raciocínio é simples, se quem esteve envolvido no processo não teve qualquer cuidado ao desenvolver a história, porque haveríamos nós de ter? Como se não chegasse ainda conseguem ter momentos despropositados de tão sentimentais que são acompanhados de um piano desfasado de tudo! Se o piano em si não está fora de tom o mesmo não se pode dizer de todo o filme.
Sabem o que é pior? O realizador tem sido um dos guionistas de todos (ou pelo menos grande grande parte) dos trabalhos realizados pelo génio do terror James Wan (que faz uma aparição neste filme, bem ao estilo de Stan Lee). Só nos resta rezar que isto tenha sido uma vez sem exemplo e ambos voltem ao que fazem melhor. Cada macaco no seu galho.
O acting foi horrível, aliás, isto é um eufemismo. Acho que eles se esforçaram por ser ainda piores actores do que já são, só se safa a protagonista e a Elise, vá.
Como se tudo isto não fosse suficiente antes do final ainda assistimos a uma cena digna de sitcom dos anos 90 onde só falta uma daquelas bandas sonoras fantásticas a acompanhar o início da formação da equipa entre a Elise e dois bananas que têm um blog sobre aparições de fantasmas (são portanto uns bananas como nós do CeC, só que nós sabemos representar melhor e somos muito mais giros.
2,5/10 - 1,5 é pelas prestações da protagonista (Quin Brenner) e da Elise e o outro valor pelos nachos que comprei antes do filme começar. Peçam com molho picante! Não, não peçam o filme com molho picante. Apesar do molho ser ótimo nem isso salvava o filme de ser mau.
PS: Não foi o meu avô que me disse a frase no início deste texto. Sintam-se enganados como eu me senti ao ir ver isto. Pensem um bocadinho, seria só estranho o meu avô dizer-me algo remotamente parecido com aquilo...