A sinfonia de violência esquizofrénica que George Miller sempre idealizou chegou aos cinemas de forma bruta e crua.
Mad Max: A Estrada da Fúria, reboot do clássico de George Miller de 1979 com Mel Gibson no principal papel são duas horas de idealização do realizador finalmente postas em tela. Com os meios financeiros (150 milhões, aproximadamente) e técnicos que Hollywood pode oferecer hoje em dia, a ideia pós-apocalíptica de Miller ganhou novas asas, rejuvenesceu e reergueu-se triunfalmente noutro clássico.
Sem Mel Gibson de olhar louco e psicótico Max é agora Tom Hardy que em preparação para o papel teve um encontro desastroso com a ex-estrela da saga, Mel, que após o encontro ligou ao agente de Tom para lhe dizer que este era completamente louco e que, como se não fosse suficiente, ainda teve problemas com o realizador por não estar a gostar da direção de Miller sobre a sua personagem, Mad Max resultou num personagem mais duro, mais silencioso e de diálogos minimalistas que apesar de passar despercebido nos holofotes da glória e deixar os mesmos para uma fantástica Charlize (Imperator Furiosa) de cabelo rapado e olhos fatais, fulminantes, é em Max que recaem escolhas que são seguidas pelos que estão consigo e acabam por orientar toda a trama do filme
Pelas estradas desertas e áridas de uma fantástica direção de fotografia, efeitos especiais e ao som de uma banda sonora guerreira e visceral (a cargo de Junkie XL) este Mad Max alterna entre momentos de profunda ligação emocional entre os personagens e uma ação continua, como que uma orquestra orientada na perfeição.
A fuga dos nossos anti-heróis das garras de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne; imagem abaixo), um ditador sem escrúpulos de uma sociedade onde os bens essenciais escasseiam e as mulheres são vistas mais do que nunca como uma propriedade apenas pelo que podem oferecer (filhos e leite), este é também um filme de metáforas onde os personagens em fuga, ajudados por Nux (Nicholas Hoult), um meio-vivo, passam grande parte do tempo na busca de um local chamado Green Peace onde Furiosa nasceu e pretende levar levar as mulheres de Joe que ele usa para fins de reprodução.
Não esperem desenvolvimento quer intelectual, psicológico das e de personagens. Ninguém vai para uma comédia à espera de drama, assim como ninguém vai para um filme de terror para não se colocar a jeito de ser assustado. Não vão com as expectativas excessivamente elevadas também, só vos prejudicará. Segurem-se nos vossos lugares e desfrutem de duas horas sem momentos para descansar em neste que é sem dúvida um dos filmes do ano e uma apoteose de momentos de ação alucinantes que neste cocktail de pura adrenalina de perseguição em estrada resultam num dos melhores filmes do género jamais feitos, simples.
8,7/10
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=b_4nzm9ICuo
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