Ora muito bem ia aqui o vosso metaleiro/"crítico"-de-cenas de férias para a Nazaré quando pergunta à namorada: "oh amor que filme vemos?" ao que ela responde "não sei, os teletubbies já têm filme?" - eu vou à net e ao aperceber-me que não existe, escolho a outra melhor coisa logo a seguir - "No Country for Old Men" dos grandes irmãos Coen, ou como eu agora carinhosamente chamo "O Filme da Nazaré". Só num pequeno aparte: quem desejar descer ao farol da Nazaré a pé, que tenha bem a noção do que está a fazer porque para subir aquilo na volta vai exigir mais stamina que a Cristiana da casa dos segredos teria que ter para rodar a selecção nacional toda, ao mesmo tempo.
Que filmaço. Fogo que filme! É mais ou menos este o sentimento que temos ao acabar de ver esta obra fantástica. Sinceramente acho que nunca tive tanta dificuldade a escrever sobre um filme, pois há tanto para ser dito mas vocês não querem ler testamentos à-lá-aulas-de-português em que se esmiuçava todos os pintelhos das figuras de estilo do Pessoa. Não! vocês querem saber se o filme é bom e porque é que é bom! Bem, tentarei:
"No Country for Old Men" é um filme dos irmãos Coen (aqueles que fizeram a melhor comédia de sempre - The Big Lebowski, entre outros grandes filmes) e tem no seu elenco nada mais nada menos que estrelas como Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Javier Bardem (que papelão...) e ainda uma aparição pequena mas interessante de Woody Harrelson, mas num papel muito secundário. Este é também o filme vencedor dos Oscares da Academia para melhor filme, melhor realizador(es) (Coen Brothers), melhor actor secundário (Javier Bardem) e melhor argumento adaptado no ano de 2008; por isso foi com grande expectativa que comecei a ver este filme.
Llewelyn Moss é um caçador, no início dos anos 80, quando num dia em que a caça não corre muito bem ele descobre um negócio de droga que correu mal em que todos os interveniente se mataram e que com eles ainda residia 2M $. Moss não pensa duas vezes e fica com o dinheiro mal sabendo que atrás dele iria estar no seu encalce nada mais nada menos que um psicopata, que inicialmente foi contratado para reaver o dinheiro mas que agora apenas o quer para si mesmo.
Este filme, para mim, é aquele típico filme em que a mensagem está escondida de forma subtil em todo o ambiente criado pelas personagens, ou seja a história só por si não é nada de transcendente, é toda a carga emocional e representativa que cada um dos actores faz das suas personagens que dá a mensagem que o filme pretende passar. Em suma este filme fala sobre um declínio acentuado do Homem enquanto ser social, o impacto que as actividades ilícitas, o dinheiro e o impacto que o aparecimento dos primeiros casos de serial killing tiveram em pequenas comunidades.
Este é um filme completamente subtil na sua mensagem e Javier Bardem faz talvez o papel da vida dele (mas eu não gosto muito de dizer isto porque este é um excelente actor com muitos filmes bem conseguidos), este é um filme que fica na retina pela realização artística com planos tipicamente "Coen", por um argumento super original e visceral com uma intencionalidade realista não ligando nenhuma às típicas alusões de heróis e anti-heróis.
Llewelyn Moss é um caçador, no início dos anos 80, quando num dia em que a caça não corre muito bem ele descobre um negócio de droga que correu mal em que todos os interveniente se mataram e que com eles ainda residia 2M $. Moss não pensa duas vezes e fica com o dinheiro mal sabendo que atrás dele iria estar no seu encalce nada mais nada menos que um psicopata, que inicialmente foi contratado para reaver o dinheiro mas que agora apenas o quer para si mesmo.
Este filme, para mim, é aquele típico filme em que a mensagem está escondida de forma subtil em todo o ambiente criado pelas personagens, ou seja a história só por si não é nada de transcendente, é toda a carga emocional e representativa que cada um dos actores faz das suas personagens que dá a mensagem que o filme pretende passar. Em suma este filme fala sobre um declínio acentuado do Homem enquanto ser social, o impacto que as actividades ilícitas, o dinheiro e o impacto que o aparecimento dos primeiros casos de serial killing tiveram em pequenas comunidades.
Este é um filme completamente subtil na sua mensagem e Javier Bardem faz talvez o papel da vida dele (mas eu não gosto muito de dizer isto porque este é um excelente actor com muitos filmes bem conseguidos), este é um filme que fica na retina pela realização artística com planos tipicamente "Coen", por um argumento super original e visceral com uma intencionalidade realista não ligando nenhuma às típicas alusões de heróis e anti-heróis.
Javier Bardem faz de Anton Chigurh um psicopata sem remorsos que segue apenas "o seu código" e que armado de uma botija de pressão de ar causa o terror. Ele vive as suas próprias leis e se diz que faz algo, ele vai fazer mesmo, o seu código também sustenta a aleatoriedade do seu ser, em que ele dá "hipoteses" às suas vítimas de, sem o saberem, num jogo de cara ou coroa decidirem o seu destino. Este último apontamento dá origem a um dos dialogos mais famosos do cinema moderno em que Anton pergunta a um empregado de gasolina que o aborreceu "qual foi o máximo que já perdeu no jogo da moeda?": Anton vai ser o perseguidor de Llewelyn.
Josh Brolin faz de Llewelyn Moss, um caçador inteligente e com recursos que ao encontrar a mala do dinheiro se apodera dele uma avareza e um orgulho do qual vai nascer o "plot" principal do filme. No entanto mostra também remorsos e revela uma personalidade "à antiga" e isso poderá ser decisivo na luta pela sobrevivência.
Tommy Lee Jones faz de Xerife quase reformado da pequena comunidade onde esta história começa, é um homem muito inteligente, com um grande coração, coragem e sentido de responsabilidade. Fortemente inspirado pelos homens e xerifes que ele sucedeu, com esta história vai-se aperceber que tudo na sua vida, na sua comunidade e no seu país está a mudar de forma dramática e drástica e essa introspecção tal como o seu envolvimento neste caso vão fazer ele aperceber-se que este país já não serve para pessoas como ele.
Resumindo, esta é uma historia densa com imensos detalhes, com diálogos cortantes e cenas de suspense absolutamente intensas que nos deixam tanto colados de espanto pela realidade apresentada como a saltar do sofá pelos acontecimentos que se desenrolam.
Sei que me alonguei demasiado mas a verdade é que ainda deixei imenso por dizer. Foi dos melhores filmes que já vi e que tenho a certeza que mereceu absolutamente todos os prémios que teve e se para uns foi o coroar de uma carreira cheia de sucessos para outros foi a confirmação de uma carreira que mais sucessos se perspectivam.
Minha nota: 8.5/10
PS: Um grande abraço para o impulsionador que tive para integrar este projecto e consultor ortográfico - JEV - Esta é para ti!
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