Numa noite quente primaveril, intensa
e mágica dois amantes nus, qual fricção explosiva, partilham um olhar debaixo
da árvore da vida, no campo do infinito. Esse olhar nada mais mostra toda a
intenção, animalesca tentação, de se entregarem um ao outro. Com alma e suor,
ele coloca toda a sua intensidade no acto, prazeroso, majestoso, como se a eternidade
e a própria existência depende-se do gemido dela. Mas nisto a cobra desce da
árvore do conhecimento, no preciso momento em que a velocidade aumenta e ela
grita e a união de amor, dolorosa, pacto de sangue, prova de amor começa a
tomar forma física, a cobra grita ao
ouvido dele: “PORRA PEDRO, LÁ ESTÁS TU COM ESTAS MERDAS DE INTRODUÇÕES SEXUAIS!
Pah a primeira todos se riram, a segunda eu avisei-te que podias estar a
abusar, agora uma terceira vez?! Epah tu não entendes nada! Pensas que isto te
vai diferenciar dos outros?! És apenas um gajo a escrever num blog de cinema e
cenas, começa mas é a fazer a porcaria da crítica ao filme chinês ou de
Hong-Kong ou do c! Olha vês já há pessoas a fechar a janela, estás contente?!
Chiça Penico!”
“Mou gaan dou”/“Infernal
Affairs” (IMDb – 8.1/10)
Como
começar a explicar este filme? Filmado em Hong-Kong e lançado em 2002 este é o
filme que dá a base da história ao remake americano “The Departed” com o
Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Jack Nicholson. Ora os actores originais não
ficam atrás, mas tal como referi anteriormente este filme é a chamada “ideia
original”, ou seja, apresenta um enredo um pouco diferente do cônjuge
americano.
Neste filme seguimos duas
personagens, o inspector Lau Kin Ming e o
gangster das tríades Chen Wing Yan. Ora o
que nenhum dos dois sabia é que ambos são infiltrados. Confusos? Deixem-me
explicar: O Inspector é na verdade um infiltrado, das tríades, na polícia. O
gangster é na verdade um infiltrado, da polícia, nas tríades. E ambos têm a
missão de descobrir-se um ao outro.
Ambos recrutados desde muito novos
para as posições em questão, eles não sabem mais nada que não a “ideologia” e
“motivação” por detrás de cada uma das missões. O objectivo principal da
polícia, e do Chen Wing Yan, é
desmontar o gang e derrubar o seu super poderoso e influente líder. Já o
objectivo do gang, e do inspector, é conseguir recolher informações sobre as
operações para que consigam evitar as rusgas e detenções e desta forma
controlarem o mercado da droga em Hong-Kong.
Este enredo original dá origem a um
filme com um passo bastante rápido onde a imprevisibilidade é a chave.
Imprevisibilidade porque parece que se está sempre na iminência se ambos se
descobrirem mutuamente, o que origina um final (o chamado plot twist) ainda
mais imprevisível.
Realizado por Wai-Keung Lau e Alan Mak e
escrito por este último e Felix Chong. A filmagem é a típica que podemos
esperar do cinema de Hong-Kong, com um ambiente e cor diferente daquela que
podemos sentir em cinema mais ocidental, no entanto executada sem falhas e com
uma dupla de actores principais (Andy Lau e Tony
Leung), absolutamente poderosos que roubam todas as
atenções no ecrã. Apesar de não ser bem explicado, neste filme, o background de cada uma das personagens,
sentimos que estas estão tão bem construídas e protagonizadas como se fossem
pessoas a sério. Apesar de ser um enredo bastante complexo é fácil de imaginar
isto poder alguma vez ter acontecido na vida real e esse toque de realismo,
suportado pela conclusão do filme, é uma das armas mais fortes que este filme
apresenta.
É um filme que fala sobre a
violência de gangs na baía do pacífico asiático e é uma reflexão sobre
ideologia, lealdade, dever, o bem e o mal.
Minha nota sobre o filme: 8/10
PS:
Actualização da introdução: O sócio
que estava a trepar a outra foi encontrado no acto com a cobra na mão. Foi
entretanto acusado de bestialidade (se é o crime ou se é por ter sido
simplesmente bestial, deixo à vossa consideração) e recusou prestar declarações
à comunicação social. A CMTV está em cima do caso.
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