Ok,
ponto assente: não esperem nada sequer remotamente parecido ao Boogie Nights.
Agora que as esperanças desvaneceram e a expectativa baixou (para quem ainda
tinha alguma) podemos falar deste filme.
A história de Linda Lovelace (interpretada por Amanda Seyfried), a actriz porno,
outrora menina inocente que vivia sob a alçada rígida dos pais conservadores e que
se viria a tornar símbolo da indústria pornográfica, desmistificação sexual e
até certo ponto da emancipação feminina nos EUA. Tudo isto, no entanto, é
praticamente deixado em segundo plano (pois...).
O filme incide sobretudo na relação autoritária e agressiva entre Chuck (Peter)
e Linda, sua mulher. Em conjunto vão fazer uma viagem trágica entre a ascensão
(que nunca o chegou a ser) e a queda, que, na realidade, sempre foi algo
constante na vida entre o casal, manchada pelo machismo e violência doméstica
de Chuck que exercia um poder opressor sobre Linda.
O filme nunca chega a conseguir transmitir alma, mesmo com boas interpretações
de Amanda Seyfried e Sharon Stone no papel de mãe de Linda que fazem o que
podem com a (pouca) estrutura emocional que lhes foi dada. Tendo sido um fiasco de
bilheteiras percebe-se bem a razão. Desinteressante, com zero complexidade, é
um filme que tentando ser educado facilmente passa essa barreira e se torna
insípido tornando muito difícil que nos identifiquemos minimamente com o mesmo.
Uma pena, Linda Lovelace (a verdadeira) pelo que representou para a sociedade
merecia muito mais.
4/10
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